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André Ventura “Cristiano Ronaldo devia ter vergonha”. 𝙑𝙚𝙧 𝙢𝙖𝙞𝙨

André Ventura “Cristiano Ronaldo devia ter vergonha”. 𝙑𝙚𝙧 𝙢𝙖𝙞𝙨

LOWI Member
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Perdeu a cabeça, acontece. Mas tendo 40 anos, e tendo sido ele a criar o clima que viveu, estranha-se que aconteça… E o pior foi a pantominice toda entre a cotovelada e sair

Na verdade, em jogos oficiais nunca ganhou em Dublin.

E ainda não tinha acontecido com Roberto Martínez em grupos nas qualificações (10 vitórias em 10 jogos no caminho para o Euro 2024; 4 vitórias e 2 empates na Liga das Nações no segundo semestre de 2024; 3 vitórias e 1 empate no apuramento para o Mundial-2026…

até ontem), mas ninguém esperaria que o treinador espanhol ganhasse sempre. Afinal, esta foi a quinta derrota em 35 jogos, perde 1 em cada 7, só não tinha acontecido em apuramentos.

Mais alarmante é Portugal jogar tão pouquinho. Não foi só ontem. Os jogos de outubro em Alvalade, para não ir mais para trás, já tinham deixado sinais preocupantes — da dificuldade para vencer em casa a Irlanda à vantagem desperdiçada frente à Hungria na compensação.

Mas preocupante, mesmo preocupante, é ter um selecionador que vê o copo um quinto cheio (tomáramos nós que a discussão fosse se está meio cheio ou meio vazio).

Ontem, viu uma boa reação de Portugal às vicissitudes do jogo que mais ninguém viu (a não ser que estivesse a referir-se ao facto de mais ninguém ter perdido a cabeça e agredido um adversário depois de Ronaldo, mas não me parece que fosse isso).

Há um mês, depois das pálidas exibições com Hungria e Irlanda, atirou: «Temos uma Seleção que joga muito e bem.» E achar isso é meio caminho andado para nada mudar.

Mas o mais grave de ontem não foi Martínez a dizer das suas, foi Cristiano Ronaldo a fazer das suas. O que o capitão de Portugal fez foi lamentável. E não me refiro só à agressão, porque perder a cabeça num momento de frustração pode, embora não deva, acontecer.

Ronaldo tem 40 anos. Na conferência de imprensa de quarta-feira fez questão de provocar adversários, selecionador irlandês e público. Foi ele quem criou o clima com o qual não conseguiu lidar.

Mas o pior foi a reação, aquela pantominice toda — do choro, como se o irlandês que levou a cotovelada estivesse a fingir, passando pelos gestos de cabeça, como se não percebesse o que estava a acontecer, até aos aplausos ao público, como se fosse por culpa das bancadas, e não dele próprio, que estava a ser expulso.